sexta-feira, 16 de julho de 2010

Capítulo 1.1


Abri os olhos, mas só consegui enxergar tudo embaçado e esbranquiçado. Onde eu estava? Forcei minha visão novamente e percebi que estava dentro de um carro, um carro totalmente estraçalhado, sem portas nem janelas, os vidros rachados e alguns cacos caindo sobre minha pele. Estava sentada numa posição muito desconfortável, mas me sentia ótima. É, essa foi por pouco. Mas não me lembro de nada. Por que sofri esse acidente? Estico um pouco as costas e tento visualizar melhor a minha situação. Vejo meu reflexo em um dos vidros. Não estou com nenhuma dor, nem cortes, nem ossos fraturados. Olho para o meu lado e vejo sangue, muito sangue. Mas não vinha de meu corpo. Viro o meu pescoço para o banco do motorista, um homem, com uma bela aparência mas que parecia estar morrendo. Um machucado enorme em sua cabeça latejava. Seus olhos piscavam freneticamente e sua boca abria, fechava, suplicando ajuda. Arranquei um pedaço de pano de minha camisa e tentei fazer um curativo em seu ferimento, foi em vão, o sangue continuava a escorrer. Um aperto forte em meu coração, eu conhecia aquela pessoa, mas de onde? Até que o vejo esticando sua mão e tocando em outra. Tinha outra pessoa lá? Ele abre a boca e consegue dizer entre soluços: "Amor, te amo pra sempre". Viro bruscamente em busca daquela pessoa. Vejo uma mulher esguia, muito bem vestida, muito parecida com... Não é possível! Eu estou morta. 

Bem ali, ao meu lado, uma réplica de mim, só que morta. Morta. Essa palavra que me soa tão distante e inalcansável, não consigo perceber suas reais medidas. Eu estou tão viva, consigo me mexer, falar. Não. Não posso estar morta. Isso deve ser fruto da minha mente ainda confusa, sofri um acidente, ainda estou recuperando os meus sentidos. Mas tudo parece tão real agora, aqui. A não ser que... A não ser que...

A sirene começa a tocar. Ah, que bom que chamaram a ambulância - penso. Percorro meu olhar sobre homem ao meu lado que se assusta inconscientemente com o alto barulho do carro e de suas luzes ofuscantes, e começa a se debater no assento. Chego bem perto dele segurando os seus braços já fracos, brancos. Porém, não consigo contê-los. Não estou tão forte assim.

-Tudo vai ficar bem – sussuro em seus ouvidos. Meio que me acalmando também.

Dois homens altos saem da ambulância trazendo duas macas. Um deles abaixa a cabeça até encontrar meus olhos, por um instante. Eu encontro os seus olhos mas estão tão distantes de mim, que me pergunto se estou mesmo olhando para eles. Eu passei despercebida para aquele homem. Ele não me viu.

- Ei, volta aqui! Eu também preciso ser levada! -Grito.

O enfermeiro carrega James pelos braços até a maca mais próxima e começa a imobilizá-lo. James, o nome dele é James. Percebo que estou começando a recordar os fatos. Estávamos numa festa. Agora sim, eu lembro.

continua...

4 comentários:

  1. Oii tudo bem? Adoreei seu blog *-*
    tô passando pra deixar nossa marquinha e lhe convidar para conhecer o nosso.. (:
    beeijOs

    Deluxe

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  2. Linda história estou anciosa para a contianução da mesma. Será que podes visitar meu blog?

    primeiro-livro.blogspot.com

    Nem ligue, pois ainda é um blog novo. E as histórias não são tão boas quanto a sua, pois tenho apenas 12 anos. Mais espero que goste!
    Já estou seguindo teu blog, parabéns!

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  3. Oi, eu seguia o seu outro blog e tô seguindo esse para ver onde essa historia termina! Beijos
    Se quiser, pode seguir o meu tbm..
    http://umaromanoar.blogspot.com/

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